Já não se podia saber quanto da antiga alma havia sobrado.
Alguns momentos de coragem e outros de estupidez
Ainda conseguiam fazer o coração bater um pouco mais
Fora do ritmo da canção,
Algumas paisagens ainda pareciam novas,
Mesmo tantos anos depois.
Havíamos desistido da santidade há muito,
Mas restavam alguns princípios para tirar a adrenalina dos dias
E preencher com um tipo de velhas e raçosas culpas católicas,
Como aquelas que sentíamos ao mentir aos padres
Quando éramos pequenos e ainda temíamos o inferno.
Não perdemos toda nossa fé, disso eu sei.
Em alguns momentos espremidos entre medo e maturidade,
Ousamos errar para seguir na luta pelo que nutrirá o coração:
O amor nunca deixará de ser a busca primordial.
Os dias são bem outros; os demônios estão chamando,
Mas nós dançamos por um instante sob a luz da lua
Como se fôssemos jovens e seguros de novo e para sempre.
Todos os versos repousarão na terra como sementes estéreis,
Mas semeamos, mas esperamos.
Pois somos crianças covardes, mas ainda assim, Deuses.
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