20 de mai. de 2014

'Um relicário imenso desse amor'


Abri o peito e espalhei na relva o que havia de sagrado.
Pra tomar um ar, absorver o sol de quase inverno.
E toda imensidão do mundo, com seus brilhos, vidros, espelhos, esculturas...
Tudo de tão grande parecia pouco diante dos meus ínfimos. 

Ah, a beleza imaculada de cada sorriso teu...
Ah, a meiguice dos teus olhos celestes...
Ao imaginar, julgo que Deus nem é assim tão justo como dizem,
Pois de todas as pessoas que andam pelas ruas, trilhas e estradas desse mundo, é teu o sorriso mais belo, é dos teus olhos as cores mágicas do oceano.
De mais ninguém.

Olhei para o fim de tarde que ali também repousava, fresca e tranquila. 
E eu, eu que apenas sou eu, e nada mais, me senti infinito;
Sorvendo a grandes goles aquele céu sobre mim,
As luzes queimando lentamente no horizonte distante até se extinguirem. 

Há um porto a que aportar. Calmaria.
Eu em teu peito macio, quente, com as batidas do coração que canta com docilidade.
Seus braços, cobertores.
Eu em meu verdadeiro lar, aninhado e protegido.

Pelas distâncias tão arrogantes passei cantando,
Sorrindo para as estrelas que bailavam e para as árvores verdinhas, companheiras de caminho.
Somos todos crianças tão puras ainda...
Quando vamos ao encontro do que amamos sei que Deus dá saltos de alegria.

Tudo o que há de bom te ofereço, mesmo um bom tão cheio de simplicidade.
Sutil, reles, doce: é este meu relicário.
É minha alma, minha essência, meu coração, meu sonho.
Tudo vivo, enfim.