22 de mai. de 2014
Talvez
Finjo olhar com maturidade a tempestade que estoura no horizonte.
Observo nuvens e terra se digladiarem e finjo não temer.
De dentro o coração dá sussurros que não quero decifrar,
Não sei se ele canta esperanças ou realidades.
Temo a verdade e temo a mentira.
Permaneço imóvel.
Não sei se é a coragem ou a fraqueza que me paralisa.
Sei que espero.
Talvez a tempestade chegue perto, feroz.
Faminta dos meus sonhos mais puros e infantis.
Talvez eu saiba como lutar com ela e superar suas
espadadas frias em minha alma.
Talvez apenas caia garoa fina,
dessas que agradam as flores.
De algum lugar vem esse sentimento áspero.
Vem da distância.
Enquanto sorrio em meio a liberdade dos pássaros,
Anseio a segurança das minhas árvores prestes a florescer.
Peço seu socorro em silêncio,
Peço para ver as flores abrirem ao meu lado.
Tento fazer você se apaixonar pelo mundo na órbita das minhas quimeras.
Estou apenas sendo egoísta, mais uma vez.
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