15 de jan. de 2014
"La tristesse durera toujours"
Algumas memórias são expelidas pelo estômago da alma com força,
como um alimento impróprio.
Elas passam pela minha garganta e boca como ácido e como fel.
Escorrem pelo chão branco poluindo o ambiente com seu cheiro azedo.
Vou para longe dos jardins em momentos assim.
Minhas flores não verão minhas dores.
Dores tão egoístas, tão mesquinhas.
Volto depois, exausto, de olhos lavados.
Volto quando a madrugada chegar,
Deitarei no escuro e no silêncio absoluto.
E assim contemplarei a plantação de estrelas...
Apenas assim acho deliciosa minha pequenez.
Vincent usou suas últimas palavras para dizer que a tristeza durará para sempre.
Que dure...
Há beleza e esperança na tristeza. Há uma pausa.
Nós sabemos disso.
A tristeza, como doce e silenciosa amiga,
sempre nos tomou delicadamente nos braços.
Adornou meu coração e minhas canções com pequenas flores perecíveis...
Quando ela parte o perfume continua pairando no ar.
Então se aproxima a esperança, acanhada e sutil,
acomodando-se em seu lugar.
E eu o entendo, Vincent...
Eu também olho com desconfiança para a sanidade.
Eu o entendo, Vincent...
O mundo não seria tão bonito se o víssemos apenas com olhos felizes.
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