29 de nov. de 2013
Luzes mortas
As lembranças permanecem, como o céu.
Lembra, aquele céu que sempre admiramos?
Mas assim como o céu está repleto de luzes mortas,
Estrelas que se foram,
Assim está o passado...
Repleto de fotografias amareladas vagando num lago calmo e azul.
Dizem que o verdadeiro amor nunca parte,
e se parte,
nos leva toda a claridade,
Dizem tantas coisas... que nem sei.
Sei que estou aqui, partido.
Com ou sem o que foi o amor.
Mais provável que sem, porque quando deito naquela cama ao lado,
Já nos altos da madrugada,
Sei que ninguém está a pensar em mim.
Sei que não haverá com quem dividir neste momento
a garrada do saboroso vinho já envelhecido sobre o guarda-roupas.
Toda noite estou a caminhar por este cemitério de estrelas e lembranças,
Até que o sono vem, e o espírito viaje, tão liberto desta carne suja,
até seus paraísos eternos e instantâneos.
Todos os dias são como uma luta feliz,
Todas as noites são como uma paz tristonha.
Mas foi-se o dia, e a noite, minha amada amiga, é sempre bem-vinda.
Mesmo tristinha, mesmo com suas estrelas mortas...
mesmo com a saudade de um sonho que não será sonhado mais.
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