24 de nov. de 2013
Nada
Foi a transitoriedade da eternidade que me deixou assim:
Perplexo. Mudo. Pacífico. Resignado.
Fugindo por querer ficar, enganando a esperança com flores de papel,
Despedindo por querer amar.
Quando a noite deita, junto de nuvens e raios, sobre os telhados,
Tudo parece ser mais difícil.
Os sentimentos do passado, mais doces do que realmente foram,
A solidão do presente, mais amarga do que realmente é.
Sinto medo é deste não sentir.
O susto que não vem quando os raios estouram lá fora,
O controle absurdo sobre cada passo, cada palavra, cada músculo.
Para o que me guardo?
Sinto medo é desta espera,
Como se houvesse uma estação mais florida à frente,
Como se novos perfumes fossem adentrar pela janela.
Não, nada baterá nesta porta. Apenas o nada.
Também não haverá próxima estação, enquanto este for o mesmo.
Também não haverá mais qualquer poema de amor.
Também não haverá o adeus ou o olá.
O também... o Também não haverá.
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