Solto de sua mão por um instante.
Repouso-te em lugar seguro, despeço-me com um sorriso.
Preciso abrir uma porta para dentro, ver o que há, ver o que resta.
Sinto medo de não sentir.
Vou a passos meigos, dando a falsa impressão de candura, pureza.
Não, em minhas aparências apenas a calma é verdadeira.
Abro a porta, e o que vejo, não vejo.
É escuro, é escuro o que há dentro de mim.
Ensaio uns passos, vou tateando...
Nada, nada além do som dos meus sapatos no chão negro.
Já não sei o quanto caminhei, já não sei se caminhei.
Já não sei se atravessei mesmo a porta de mim ou se o fora de mim é que é escuridão.
Sei que hoje, talvez mais do que sempre, sua falta se fez aqui.
Sei que hoje queria ouvir dos seus lábios que o mundo não sucumbe pelas pessoas densas.
Sei que hoje queria fugir com você,
Acreditar que existe mesmo um lugar não muito distante para nós.
Mas é tarde, sinto cansaço.
Sinto cansaço e temo dormir...
Pois prevejo que mais uma noite meu corpo prenderá meu espírito.
Mais uma noite estarei encarcerado dentro mim.
Nenhum comentário:
Postar um comentário