Leva-me novamente e para sempre ao virgem sonho imaculado,
Aos silêncios que permeiam os montes inatingíveis.
Traga-me, absorva-me aos bosques,
Embebeda-me do perfume que atribuo ao alecrim de início de
noite.
Porque os dias são secos, e os ventos movem os galhos moles
e já cansados das jovens árvores.
Porque as vozes não se calam, o corpo não deixa de suar e
queimar, a mente não repousa.
Porque a noite é longa e eterna dentro dos seus segundos
infinitos.
Silencia-os, silencia-me.
Injeta nesta célula infausta o elixir divino.
O puro sabor miraculoso das coisas simples.
Abra, arreganha estes olhos quando ambos fitarem o céu azul,
cúpula de safira contrastando com as bolas de flores rosadas dos ipês ao
inverno.
Guia-me, como o talho da terra guia as águas do rio.
Guia-me, mas faça-me acreditar ser livre, pois talvez, um
dia, realmente o seja.
Permaneça aqui, mostra-me sempre sua face branda e alva.
E não deixe que eu me parta, frio e só, para tão longe,
Como no pesadelo em que as paredes me sugavam.
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