Se me falta palavra não é por falta de poesia.
Poesia sempre há.
A poesia cresce nos brotos,
A poesia floresce nos ipês, primeiro nos rosas, depois nos
amarelos (tão poderosos os amarelos!), enfim nos brancos.
A poesia brilha no sol, o escorre na chuva.
A poesia corre atrás de mim na rua, quando volto para casa
depois do trabalho e me diz quase ao pé do ouvido: “Jesus te ama, viu!” e eu
quero responder: “Amor é pouco diante do que ele deve sentir”, mas digo: “A
você também!”
Poesia é o que não falta, não senhor, não senhora.
Há tanta poesia em certas vozes e melodias, em certos
sorrisos e aromas.
Há tanta poesia também nos silêncios e na quietude.
O que falta sou eu,
Eu instrumento ruim, falho, bruto.
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