5 de jul. de 2012

Leve



Não era um sonho, se sonho for uma ilusão.
Não era sonho, se sonho não for real.
Pois eu estava lá, de olhos bem abertos, tão vivo quanto este momento em que delineio palavras.
Eu flutuava...
Sim, eu flutuava.
Eu sentia meus pés descalços se desatando do concreto, e eu sorria.
Sorria enquanto subia, lenta e maravilhosamente.
Eu via a cidade tingida de pôr-do-sol aparecendo atrás dos muros de concreto, que já não me aprisionavam de forma alguma.
Eu olhava para baixo, e vinte metros acima do chão, sentia a brisa que me carregaria para tão longe.
Foi tão veloz, mas ainda sinto o gosto da leveza do ar em meus lábios...
Despertei encharcado de suor nessa noite fria, como se minha matéria toda estivesse a se liquidificar, e eu estive completamente livre, livre para partir.

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