Todas aquelas e estas incontáveis, infindáveis linhas agrupadas tentando transmitir uma qualquer coisa bonita a outros corações igualmente perdidos, esquecidos,
Talvez fossem e sejam, justamente por sua singeleza e simplicidade, um sopro morno de poesia sobre faces e mãos cansadas de um inverno incessante.
Ou no fundo tudo tenha sido sempre apenas uma tentativa discretamente desesperada de perfumar memórias, fossem deslumbrantes ou insossas, e guardá-las por um pouco mais nos tantos vãos deixados após a despedida delicada ou violenta dos mais distintos sentimentos.
É para olhar para dentro e ver alguma beleza e significado nessa ópera infausta e egoísta que designa os passos que a vida deve dançar;
Foi para dizer de uma mil e uma formas que amei. Antes, durante e depois de todos os adeuses, quando ainda se podia caminhar sem medo pelas ruas de sol poente, derramando ou não lágrimas justas, eu amei;
É para falar das luzes e também da fé que sempre se despede chorosa...
É certo que as abundantes águas de março não têm lavado as almas do medo, mas os campos verdejam e eu sigo floreando os muros sem vida, dentro e fora; por um instante preso nessa fenda que separa a saudade da esperança.
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