26 de jun. de 2017
Faça uma reverência
As palavras padecem
Como a luz cansada do sol
Todos os dias perece
Na linha tênue do horizonte
Sem deixar resquícios
Sem deixar saudade.
Talvez virão amanhã novas luzes
Novas palavras
Então não é tido por valioso
O sentimento que aos poucos parte
A voz que aos poucos se cala.
Anuncia-se um adeus sem espetáculo
Sem platéia ou palco
Já desce a grossa cortina
De puro silêncio.
Nenhum último bater de palmas
Apenas uma reverência solene
A adormecidos fantasmas.
Faz noite branda
A alma flutua calma.
A poesia sai de cena.
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