20 de jun. de 2016
Sem mais...
Quando os sonhos se revelam frágeis como a bruma,
Desaparecendo nas mãos da claridade inclemente da manhã,
Espera-se ansiosamente pelo retorno da noite,
Onde o silêncio impera, a dor não é mais uma inimiga,
E as sombras, antes evitadas, agora recebem o amor.
Meus olhos alcançam a hipocrisia dos anjos,
Observam seu egoísmo, sua soberania.
Toda essa benevolência forjada, arrogante.
Incapazes de acolher, acalentar, aquecer.
Incapazes de compactuar com a verdade.
Não resta luz que iluda.
Não resta altar para louvar benesses falsas.
Não resta pedestal para ídolos belos, ocos, sem vida.
Deleite-se com a doce carne suja, mais e mais;
O espírito é vivo e forte, intocável por mãos ignóbeis.
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