20 de mai. de 2015

Não há


Em algumas manhãs, é como se você ainda existisse.
É como se o sol pudesse emanar uma faísca da sua luminosidade,
Ou da luminosidade que meus olhos viam em você.

Em algumas manhãs, é como se um dia você tivesse existido,
E não fosse apenas um sonho esculpido por anjos inexistentes.
Um sonho tão oposto ao pesadelo das madrugadas.

Tudo em você era macio:
A pele, os lábios, a voz, o olhar.
Nos pesadelos, tudo em você é duro, frio,
Como um desmoronamento.

Mas não há você,
Nem nos sonhos gentis, nem nos pesadelos malignos.
"Nunca houve você."
Repetirei até acreditar.

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