Os sonhos parecem não querer entender que a fé se foi,
que o sol se pôs,
que a noite caiu,
que a vida segue, mesmo sem saber.
Não querem entender que por mais que chova, chova, chova,
algumas nuvens não se dispersam,
não se despedem;
não há trégua.
É compreensível,
toda aquela beleza, toda aquela perfeição tão cruel,
ainda assombram minha paz tão delicada.
Talvez apenas o silêncio possa matar coisas imortais.
Os sonhos reluzem incessantemente,
como a delicada flor em um banho solar.
Tanta suavidade e gentileza.
Que pena os milagres serem tão frágeis.
Os sonhos cantam uma canção já sem cor e sabor.
Todos os alicerces estão fixos na areia morta...
Talvez seja hora de desistir da segurança do porto,
conhecer o mar.
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