21 de fev. de 2015

Os sonhos



Os sonhos parecem não querer entender que a fé se foi,
que o sol se pôs,
que a noite caiu, 
que a vida segue, mesmo sem saber.

Não querem entender que por mais que chova, chova, chova,
algumas nuvens não se dispersam, 
não se despedem;
não há trégua.

É compreensível,
toda aquela beleza, toda aquela perfeição tão cruel,
ainda assombram minha paz tão delicada.
Talvez apenas o silêncio possa matar coisas imortais. 

Os sonhos reluzem incessantemente, 
como a delicada flor em um banho solar.
Tanta suavidade e gentileza.
Que pena os milagres serem tão frágeis.

Os sonhos cantam uma canção já sem cor e sabor.
Todos os alicerces estão fixos na areia morta...
Talvez seja hora de desistir da segurança do porto, 
conhecer o mar.




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