29 de nov. de 2012
Madrugada de lágrimas doces
Ainda me lembro dos meus últimos sonhos.
Ainda me lembro que um dia sonhei em tocar as estrelas, e além disso, ainda me lembro que um dia sonhei em tocar pessoas.
Eu tento trazer de dentro para fora o poder que ainda resta.
Eu tento resgatar aquela fé e aquele orgulho.
Eu, que tanto vejo o mundo, tento nesta noite, ver a mim.
Como eu queria poder ouvir a voz dos anjos para saber o que eles veem de lá de cima.
As canções, sempre elas, perfuram como anzol em minha alma.
Vão trazendo para fora lágrimas e mais lágrimas,
que escorrem pelo rosto com a barba recém feita;
os poros ardem e eu já espero o gosto salgado se aproximando dos meus lábios.
Mas não.
Mesmo sem a voz dos anjos;
Mesmo que o dia desperte tão igual amanhã;
Mesmo que eu sinta que tudo o que sinto não é grande o bastante;
Minhas lágrimas, minhas lágrimas nessa madrugada de chuva rápida, são doces.
Doces como se fossem meus sonhos diluídos, reciclados, voltando para dentro de mim.
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