6 de nov. de 2012

Poesia



A poesia é espasmo,
A poesia é o que não cabe mais dentro,
É a lágrima,
É o vômito,
É o sorriso,
É a voz,
É o desassossego,
É o excesso.

São as faíscas das nuvens que trombam,
É uma tempestade incandescente,
A saudade da dor,
A solidão imutável dentro do sonho perfeito.

A poesia é a criação da criatura,
A pérola no lamaceiro,
O perfume dos lírios do pântano,
O sangue, seiva da vida.

A poesia é o campo de batalha,
É a ferida mal cuidada,
É o rebelde sem causa,
É o surpreendimento diante ao óbvio,
É o abraço,
É o asco,
É a chave,
E o cadeado.
É verdade!
É mentira...

A poesia é leve, como as águas oceânicas,
A poesia é frágil, como o diamante adormecido na rocha,
A poesia é necessária, tanto quanto o ar nos pulmões;
Tanto quanto a luz de uma vela ao sol do meio-dia.

A poesia é a maldita e amada filha eterna,
A poesia sobrevirá a tudo,
Será a língua, o dinheiro, a fome, a sede e o gozo de todas as nações.

A poesia seria a única salvação,
Se não fosse já morta, inútil.

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