É desnecessário externar minha dor e meu gozo.
É inútil cantar ou regurgitar minhas frases, palavras e apelos.
É medíocre essa tentativa desesperada de provar aos alheios que estou vivo,
se para mim sinto que não.
Sofro da pior enfermidade que pode carregar um poeta:
Eu quero (quis) fazer alguma diferença,
Quis ver flores onde deixei sementes,
Quis ver rios onde fiz escorrer boas lágrimas,
Quis ver paraísos onde delineei sorrisos.
E tenho tanta vergonha em ter tentado te provar coisas pelas quais minha fé não brilha mais.
Mas todas as coisas continuam falando comigo,
Todos os objetos, molas, esculturas, mesas e ventiladores...
Tudo continua falando comigo,
Contando suas histórias, seus passados, meus passados.
E as estrelas continuam com aqueles gritos que me enlouquecem!
Gritos que só eu, meu Deus, ouço?
Elas gritam e gritam até que eu as admire;
orgulhosas!
Assim como o nascer e o pôr-do-sol;
dois meninos arteiros que querem sempre chamar minha atenção.
Apenas a lua é silenciosa e calma.
Apenas a lua me oferece um pouco de paz.
Sonhei com mãos junto às minhas,
E borboletas amarrando fios transparentes ao meu corpo e me levitando para longe.
Já sonhei tão belamente...
Que a realidade apresenta-se para mim como uma cruel piada triste.
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