Infinitas palavras desde então
Sem começo, sem fim
Eternas
Construindo-se metaforicamente sobre si mesmas
Torres imensas
Como árvores gigantescas
Mortas
Esparramadas em um deserto onde nada mais floresce
E essas singulares miragens entoam canções confusas
Ora sobre o que se passou
Ora sobre que se sonhou ser
Ora sobre o que se perdeu para sempre
Você então cruza o céu como uma deslumbrante ave em chamas
Alto, muito alto
Inalcançável, já que é apenas uma memória
Que se apaga, e morre
E renasce das cinzas que sempre guardo
E sempre guardarei
Até que se perde no horizonte em que brilha uma alvorada petrificada
Que nunca ilumina por completo
E eu já não choro
Eu já não clamo
Já não espero
Pois que o vento sopra e para longe me esparrama
Feito que memórias em cinzas me tornei também.