29 de mai. de 2020

30/05/2020



O que há para os poetas dizerem sobre tempos feitos de tempestades?
E se a lição não for aprendida, e se o passado berrar sem misericórdia, e se os pecados não forem absolvidos?
Joelhos assassinos continuam sufocando gargantas pretas,
Os vermes no controle se regozijam em uma orgia maquiavélica,
E ainda que as vozes se levantem, quem as ouve?
Quem as teme?
Se os anjos cantam, cantam de um céu distante demais...

Você ainda se lembra de quando a chuva não era tão fria e o silêncio não causava temor,
Havia uma pequena canção de adeus, pedindo que se arredasse todo mal.
E era belo, pacífico.
Eu tento segurar com força numa essência que talvez não seja mais tão doce e pura, mas que permanece honesta.
Aquele abrigo dos sonhos não será encontrado, ele não existe mais...
É passado seu tempo.
E mesmo que não pareça, talvez resistir seja um bom plano; o único plano.
Ainda que seja um resistir com menos pensar, com menos sentir.

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