29 de mar. de 2018
Flutua
Enquanto descia aquelas mesmas eternas ruas
Pensava que aqueles nossos pequenos tesouros da alma
Continuam existindo
Preciosos e sagrados
Guardados onde um dia
Talvez próximo
Talvez distante
Serão novamente descobertos
Até lá não há mais palavras
Palavras que resistam para descrever
Outra e mais uma vez a mesma saudade
A mesma dor
O mesmo amor
A nova distância
Fico com o que da poesia flutua
Nesse oceano tempestuoso
Onde nada se vê
E ninguém se aproxima
Até a calmaria
Até o esquecimento.
28 de mar. de 2018
"Travessia"
Para mim o que define o nascimento de um livro é a emoção que primeiramente ele causa em mim mesmo. Quando os poemas que coloco ali me tiram alguma emoção de novo, fazem jorrar alguma lágrima de sentimento, eu sinto que devo tornar aquele trabalho físico. Publicar, chamar a atenção das pessoas, como se dissesse: "Olha isso aqui que eu vi! Olha isso aqui que eu senti! É até bonito."
'Travessia' foi escrito em uma das fases mais duras, mas é leve, tem esperança, diz que vai ficar tudo bem.
É meu 12º livro e o primeiro que dedico a alguém. Dedico a minha irmã Gracietti por ser forte por mim e por me salvar do meu maior medo.
É um livro de vivência, sentimentos intensos, maturidade, gratidão.
Posso dizer que me orgulho muito dele, que me orgulho desse percurso até chegar nesse 12º porque tanta coisa foi vivida e sentida, mas estamos aqui. E eu sei, logo atravessaremos mais essa estrada, e um destino mais leve e bonito nos aguarda.
'Travessia' foi escrito em uma das fases mais duras, mas é leve, tem esperança, diz que vai ficar tudo bem.
É meu 12º livro e o primeiro que dedico a alguém. Dedico a minha irmã Gracietti por ser forte por mim e por me salvar do meu maior medo.
É um livro de vivência, sentimentos intensos, maturidade, gratidão.
Posso dizer que me orgulho muito dele, que me orgulho desse percurso até chegar nesse 12º porque tanta coisa foi vivida e sentida, mas estamos aqui. E eu sei, logo atravessaremos mais essa estrada, e um destino mais leve e bonito nos aguarda.
15 de mar. de 2018
Pequenos sonhos
Algumas coisas partidas dentro de nós não poderão mais ser consertadas...
Mas alguns pequenos e belos milagres que residem no fundo da alma também não poderão nos ser tirados, nunca mais.
Um dia amamos e sofremos as duras penas desse amor,
E suas cicatrizes doem com o virar das estações.
Um dia sonhamos, e esses sonhos estão tão fundidos à nossa alma,
Aos nossos ossos,
Que nada pode tirá-los de lá,
Mesmo a lonjura do tempo, mesmo o passar das distâncias.
Quando toda escuridão for menos densa,
Quando mais de nós conseguirmos acender nossos pequenos espíritos,
A esperança irá voltar,
Como aquelas flores púrpuras voltam em todo agosto.
Todos aqui estão tão tristes e cansados,
Como se vissem um poente que nunca termina,
A previsão de uma noite muito escura que ameaça
E nunca chega.
Mas virá a madrugada cheia de seus pequenos diamantes no céu,
E virá a aurora e nós estaremos de pé,
Com muita ou pouca fé
Que alguém ouve com carinho nossos pequenos sonhos.
6 de mar. de 2018
"Vivo" - Do livro "Travessia"
Profundas feridas cobertas por delicados e belos curativos.
Espalhamos flores pelos caminhos onde um dia espalhamos amor.
Não é de todo mal...
Os tempos são outros.
Dores vieram antes das ameaças,
Adeuses se repetiram de novo e de novo,
Até que se entendesse a fragilidade do encontro.
Nasceremos e morreremos falando da esperança?
Essa utopia é às vezes distópica,
Como uma aurora austral pouco vista e jamais atingida.
Vamos considerar que amamos.
Vamos considerar que somos inocentes até certo ponto.
Que tudo isso que parece tão torto e confuso está certo
Como deveria ser
Mesmo de algum jeito difícil de entender.
Pequenos ajustes nessa vida que baila livre e desengonçada,
Rodopiando em meio ao salão;
Embriagada, empurrando as mesas,
Às vezes causando espanto,
Às vezes causando alegria.
Sei que isso é o mais próximo da liberdade,
E é bonito...
E eu sinto tanto,
Mas eu quase me sinto digno,
E é tão bonito...
O que restou foi a verdade,
Dócil ou severa,
Mas a verdade.
É madrugada,
Faz silêncio.
Os anjos repousam e eu não oro para não despertá-los.
Sei que estamos todos tão cansados,
Mas ainda há o jardim divino de flores imperfeitas.
Logo teremos cores e frutos.
Colheita, a inevitável.
Nossa forma primitiva, mas também sublime de Amor, reluz...
Talvez seja verdade,
Talvez sejamos já nosso melhor, neste momento.
Talvez, em algum lugar fundo em nossa alma,
Deus espera paciente que nós nos perdoemos,
Que amemos a nós mesmos,
Finalmente.
#travessia
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