22 de fev. de 2012

Perdoo


Eu perdoo minha dor, mesmo tão amarga em meus lábios, rançosa.
Pois é como terra fria onde, se Deus quiser, algo vai germinar.
Eu perdoo minha fome, insana, atroz.
Porque talvez, quem sabe, seja ela que me obriga a não desistir.
Eu perdoo a ausência, pois há vez que é tão bonita a saudade.
Eu perdoo a distância, pois é bom saber-nos correndo ao encontro.
Eu perdoo o silêncio, porque ele não tem culpa de nada...
Eu pedoo a dúvida; serei eu a água evaporada que comporá as nuvens para o próximo temporal? Se sim, não trarei apenas desconforto, ventos e pavores, também aguarei o girassol da calçada.
Eu perdoo também o medo, mas só porque um dia ele passa...

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