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Foram 12 livros, centenas de páginas, milhares de versos, inúmeros sentimentos. Como uma grande e íntima amiga, a poesia sempre esteve ali. Às vezes em palavras, às vezes em silêncios e contemplações. E não há como saber se a escrita é um resultado que parte de mim ou se eu sou um resultado da escrita. Nos fundimos; ambos tão amadores, tão imperfeitos, mas de coração sempre quente, mesmo quando sem suas chamas, mesmo quando resumido a pequenas brasas.
E foi ela, a poesia, a me dar a mão, na chegada e na despedida do amor; foi ela a dar motivos de esboçar algum sorriso quando as luzes todas pareciam ter se apagado. E ela resiste nesses dias confusos e envoltos numa penumbra que nos assusta, como persiste na memória, como um arbusto se entranhando e florescendo pelos vãos de saudade de dias mais leves e ensolarados.
Eu sei que ela ainda vive porque eu ainda vivo.
Já ninguém nos busca, ninguém nos encontra, mas nós nos bastamos, e seguimos semeando... dias após dia, páginas após página, sonho após sonho.
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