7 de ago. de 2015

Expandindo-se


Talvez por um pequeno momento,
Um resto de segundo,
Uma fração de tempo,
O Amor que eu tanto queria tirar do peito,
Estender,
Oferecer;
Esteja brotado só,
Como as roseiras brotam,
Ao imaginar a primavera ainda por chegar.

E ele cresce e não parte,
Ninguém o toma nos braços,
Reclama sua posse,
Sorve suas dores e cores.
Ele se alastra ao redor de si mesmo,
Envolve o espírito que o gera,
E como um farol em noite tempestuosa,
Sente-se pleno ao afastar os barcos desesperados
Dos perigos das rochas.

Acaricio suas pétalas com minhas mãos ainda macias.
Minhas mãos quentes que tanto já percorreram...
Talvez mais que meus pés.
Mãos de pouca força, mas firmes,
Lapidadoras de sonhos nunca colhidos.
Acaricio seus galhos que crescem
Expandindo-se,
Expandindo-se...
Enquanto a primeira brisa de liberdade faz marejar os olhos.

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