4 de set. de 2011
Dia Santo*
Movimento-me em silêncio lembrando-me de quando Jesus me disse:
“Menino, a cada dia basta o seu mal...”.
Então olho para o céu e agradeço a vinda do arco-íris. Luz e água, reflexos do
paraíso.
E toda cidade parece ter sido abençoada; a mesma pequena cidade de poucas
surpresas e grandes segredos.
Assim, descem as ruas as sorridentes senhoras com seus guarda-chuvas
coloridos e suas roupas com estampas floridas. Para elas o dia é santo em
louvor a uma santa distante, para mim é santo pela chuva que caiu há pouco
e absolveu as almas que tocou. É santo pelo sol que surgiu agora e deixa as
ruas douradas; é santo pela misericórdia divina que mantém as flores desta
minha primavera vivas.
Eu pararia a vida nesta tarde, por causa desta luz, por causa do perfume
que o ar está distribuindo, pela única rosa no jardim em frente. Pararia pelas
senhoras com suas preces; por olhar a porta entreaberta e observar um
mundo tão puro que temo um dia ver deixar de existir, pois tudo isto coloca
em minhas mãos um suave e bem-vindo resquício de fé; fé muito distante da
que aquelas mulheres têm, mas ainda assim, fé.
O céu tão claro parecer querer me provar que o mundo ainda tem uma
chance, uma escolha.
Isso é o mais próximo do Paraíso que eu poderei chegar, isso é mesmo tudo o
que preciso. É tudo o que sou.
Acredito que Deus ensinou Seus filhos a amar; é o que minha esperança
precisa saber para conseguir existir.
*'Em meu Jardim Secreto...' pag. 118
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